Na região Oeste do Paraná existia no século passado uma empresa denominada Companhia de Madeira del Alto Paraná, empresa de capital inglês, com sede em Buenos Aires. Seus proprietários foram os que iniciaram as negociações para a venda de uma área denominada Fazenda Britânia a um grupo industrial de Porto Alegre.

A compra foi efetivada no ano de 1946 por 15 mil contos de réis, com uma área de 110.000 alqueires paulistas. Entre esses gaúchos estavam homens que se tornaram muito conhecidos no Oeste do Paraná, entre outros destacaram-se Willy Barth, Alfredo Paschoal Ruaro, Alberto Dalcanale, Curt Bercht e seu irmão Egon Werner Bercht, bem como o advogado da colonizadora o Dr.Wilson Carlos Kuhn.

A área adquirida deu origem à colonizadora denominada “Industrial Madeireira e Colonizadora Rio Paraná S.A.” de onde surgiu a denominação Colonizadora MARIPÁ.

Após a aquisição a Colonizadora começou a fazer propaganda da área da colonizadora entre os agricultores do Rio Grande do Sul.

Uma caravana foi organizada pelos novos proprietários da terra. A colonização foi iniciada em 1954, na área do município de Nova Santa Rosa, sendo que os primeiros colonos se estabeleceram na área da atual cidade.

Entre eles estavam o primeiro Sub-Prefeito e Juiz de Paz Sr.Reimpoldo Schweig, Alfredo Hartwig que foi o 1º comerciante, Arnoldo Röpke o 1º carpinteiro, Erwin Eitel o 1º ferreiro, Guido Schneider o 1º Inspetor, Paulo Weiss abriu a 1ª funilaria, Roberto Waldow abriu a 1ª serraria, Theofilo Liebert abriu o 1º moinho, e ainda vieram Gustavo Modes, Leon Klais, Henrique Pietrowski, Augusto Bredlau, Gustavo Fischer entre outros, sendo que os primeiro chegaram em 1954 e alguns logo nos anos seguintes.

A maioria dos migrantes vinha para conhecer a região, ver as terras e comprar uma área para depois trazer a família. Há muitos relatos de alguns que vieram e primeiro construíram um pequeno rancho antes de trazer a família, enquanto outros vieram logo em seguida com a família e por um tempo moravam num barracão construído pela Colonizadora Maripa, vivendo ali o tempo suficiente para derrubar parte do mato e construir a moradia, de madeira e bem rustica para então ir com a família derrubar o mato e começar a cultivar a terra.

Tudo foi acontecendo num processo muito lento, os meios de transporte eram precários, não existiam ainda estradas e as dificuldades enfrentadas pelos migrantes eram muitas. O que existia muito forte era a solidariedade e o espírito comunitário.

Os colonizadores trouxeram consigo este espírito comunitário e também sua fé e tradições religiosas, sendo que a construção de uma igreja e de uma escola estavam entre as prioridades dos colonizadores, razão pela qual as Igrejas que existem em nossa cidade e as Escolas começaram suas histórias no período da colonização, na década de 1950.

Embora o primeiro ginásio criado no então distrito de Nova Santa Rosa só tenha ocorrido em 1964, a comunidade se organizou e logo foi criada a primeira escola primária dando assim oportunidade para os filhos estudarem, um valor precioso para os colonizadores que traziam consigo a tradição e a cultura dos antepassados vindos da Europa para o Brasil.

Abaixo temos a imagem de um cartaz de propaganda da Colonizadora anunciando as novas terras que estavam disponíveis no Oeste do Paraná, cartaz este que era distribuído entre os colonos no Rio Grande do Sul.

Cartaz de divulgação das terras de Toledo-PR – Fazenda Britania – 1946

O original está no Museu Histórico Willy Barth em Toledo.

Há detalhes interessantes no cartaz, um deles que chama a atenção é a ênfase que se dá às terras livres de morros, pedras e formigas, destacando também a abundância de água, clima saudável e terras férteis com facilidade no escoamento dos produtos, certamente fatores que eram mais escassos nas regiões do Rio Grande do Sul de onde vieram os pioneiros colonizadores. É interessante também a forma como termina o cartaz da propaganda: Fazenda Britânia, que hoje é o paraíso dos caçadores e amanhã uma flor da Agricultura Brasileira. Nós somos testemunhas de que este “amanhã” chegou.